Lançamento 2015 - Lotus

 

  Hoje foi o dia da Lotus mostrar seu carro, ou o projeto dele. Novamente houve apenas uma demonstração virtual daquele que deve ser o novo saco de pancadas para Maldonado e Grosjean. O carro de verdade está bem longe de ser realidade.

   Na verdade, havia expectativa somente para ver a pintura e o bico. A Lotus de tantas glórias passadas, que já faliu, já ressuscitou, já foi da Malásia, que reviveu vitórias com Kimi Raikkonen, voltou a estar na curva de baixo.

   Bem verdade que o motor Renault se mostrou uma chaleira no ano passado, mas isso não é desculpa, pois Ricciardo venceu três vezes com o propulsor francês. Nitidamente o grande problema da equipe continua sendo a falta de dinheiro. É público e notório que a Lotus deve até para o padeiro da esquina. O dinheiro trazido pelos petro-bolivarianos da PDVSA, que garantem uma vaga para Maldonado, não chegam perto de refrescar as finanças do time. O patrocínio da Total, apoiadora de Grosjean, sumiu do carro. O da Rexona mudou-se para a Williams. O horizonte é sombrio.

   Uma boa notícia é que o bico não tem mais aquele ridículo desenho de tomada do ano passado. Segue um desenho mais tradicional.. A pintura preta e dourada ainda faz a alegria dos saudosistas, apesar das manchas vermelhas poluírem o visual. O motor agora é Mercedes, o que traz um fio de esperança para o simpático e falido time de Enstone.

   Ano passado a Lotus terminou em oitavo lugar um campeonato de construtores que só tinha 11 equipes. E não é nenhum mérito marcar mais pontos que Marussia, Sauber e Caterham. Acredito que o propulsor alemão faça Grosjean e Maldonado andarem mais rápidos em 2015. O problema é que o combustível que move o mundo não é venezuelano nem francês. É o dinheiro.

O quase fim de um bicampeão.

  

  Olhando uma entrevista de Mika Hakkinen lembrei-me do grave acidente sofrido nos treinos para o GP da Austrália de 1995.

   O finlandês era uma estrela em ascensão. Vindo da Lotus, deu muito trabalho para Ayrton Senna quando foram companheiros de equipe na McLaren. Durante os treinos em Adelaide ele perdeu a traseira do carro, que passou por sobre uma zebra, rodou, e bateu na barreira de pneus. 

   À primeira vista, não pareceu uma acidente grave. O problema é que os carros ainda tinham as laterais baixas, que haviam colaborado com a morte de Senna no ano anterior. A cabeça de Hakkinen chicoteou dentro do cockpit causando muito sangramento no seu rosto. Os paramédicos tiveram que fazer uma traqueostomia de emergência na beira da pista, devolvendo-lhe a capacidade de respirar.

   Mika ainda ficou um bom tempo em coma e retornou lentamente para a temporada seguinte. Por muito pouco o mundo não perdeu aquele que viria a ser bicampeão mundial em 1998 e 1999.

Lançamento 2015 - Force India

 

Por fora, bela viola.

   Hoje os forceindianos também lançaram o novo carro. E já há um candidato forte para o mais bonito do ano. A pintura prata, preta e laranja ficou show. Lembra uma McLaren cítrica.

   O problema é o que há por baixo da tão belas cores. O carro de 2015 está longe de ficar pronto. A Force India nem irá participar dos primeiros testes em Jerez por conta dos atrasos no novo projeto. Aquilo que foi mostrado hoje é o carro do ano passado após tomar um banho de loja e fazer uma plástica no nariz.

   Não duvido nada que seja apenas uma bolha de fibra em cima de um chassi de fusca, igual faziam com o saudoso Puma.

  Tudo indica que Perez e Hulkemberg estão bem vestidos na festa, resta saber se o terno vai ficar pronto para o baile.

Lançamento 2015 - Williams

 

  A Williams foi a primeira equipe a divulgar imagens do novo carro para a temporada desse ano. Vejam bem que eu disse "imagens", pois o bólido ainda não existe.

  É uma figura virtual. Não se sabe se será assim mesmo. Não deve ter todos os detalhes do carro real. Enfim, foi feito pelo mesmo programa que esconde as celulites das meninas que posam nuas.

   Tomando por base o mangá que foi mostrado, não se nota muita diferença ao carro do ano passado. O bico mudou, ficando menos saliente. A pintura está quase igual, com o patrocínio da Martini em tamanho maior. O Banco do Brasil saiu fora, junto com Felipe Nasr. A Experian também não está estampada na carenagem, pois deve ter tido problemas com o seproc. A novidade é a marca da Rexona, em área nobre na lateral da Williams. Pobre Lotus, que perdeu o dinheiro dos desodorantes.

  Ah! A homenagem à Senna não apareceu no bico, mas isso deve ser consertado quando resolverem fazer um carro de verdade.

Véspera dos lançamentos

 

Várias especulações sobre a pintura da McLaren.

  Semana que vem as equipes começarão a mostrar os novos modelos para 2015. Assim como no ano passado, as aparições serão marcadas pela discrição conveniente a um período de cortes nos custos da categoria.

  Nada será como na década passada, em que cada evento parecia a festa do Oscar. Muitas equipes estão preferindo divulgar os bebês pela internet mesmo. Até desconfio que alguns carros das nanicas só existem no mundo virtual. Coisa desses moleques craques no photoshop.

   Não teremos muitas surpresas. Ano passado houve uma profusão de novos bicos, frutos da mudança do regulamento. O que se espera agora é que o grid siga o discreto modelo nasal usado pela Mercedes, afinal foram os campeões.

   Existe também uma certa expectativa pela pintura que será apresentada na McLaren. Quase certo que o cinza sairá, pois está ligado ao prata da Mercedes. A Honda teria sugerido a volta do vermelho e branco, da época de Ayrton Senna. Os saudosistas rezam pela cor laranja, usada pela equipe nos anos 1960 e 1970. Em breve o suspense será revelado.